Quem são os nomes que gerem a ESTAMO?

Quanto ganham por ano os gestores da gigante imobiliária do Estado?

#devolutosdoestado

3/1/20242 min read

António Furtado (presidente), Fátima Madureira (vice-presidente) e José Realinho de Matos (vogal) assumiram os destinos da Estamo no segundo semestre de 2022.

Segundo o Plano de Atividades e Orçamento de 2023, uma “parte significativa” dos imóveis da Estamo foram afetos a programas públicos de habitação.

Ora, isto constitui uma grande mentira, dado que até hoje apenas um imóvel da Estamo foi vendido ao Fundo Nacional de Recuperação do Edificado - o Quartel Cabeço da Bola.

No relatório e contas de 2022, a Estamo — participada da Parpública escreve que pretende reforçar o quadro de pessoal, passando dos 10 trabalhadores (excluindo os órgãos sociais) que tinha no final de 2022 para cerca de 30 por forma a conseguir dar resposta ao seu crescente envolvimento ativo na concretização das políticas estratégicas públicas.

Até agora, este envolvimento ativo pouco ou nada se viu e aguarda-se o relatório e contas de 2023 para vermos se efetivamente o quadro de pessoal aumentou.

Fernando Medina nomeou para presidente da Estamo alguém da sua confiança e com quem já tinha trabalhado na CML. Durante a liderança de Medina, António Furtado foi diretor municipal de gestão patrimonial.

Entre 1988 e 1993, António Furtado foi jurista da CML.

Em 1994 foi chefe da divisão de assuntos comunitários e em 1995, tornou-se administrador do Instituto de Reconversão do Casal Ventoso.

Em 1995 - 1996 foi adjunto do secretário de Estado das Obras Públicas no governo de António Guterres.

É então requisitado pelo Ministério do Trabalho, em 1996, para a vice-presidência do Inatel, onde fica até 2003.

António Furtado teve a uma polémica passagem pela INATEL do qual foi vice-presidente a Instituição foi alvo de uma sindicância à gestão em 2002 e António Furtado foi alvo de um processo disciplinar e viria a demitir-se por gestão negligente de recursos humanos com irregularidades várias a serem detetadas na contratação de pessoal.

Após a demissão, António Furtado ocupou o cargo de técnico superior principal da Câmara de Lisboa tendo em 2007 solicitado uma licença sem vencimento para se dedicar à advocacia.

Três anos depois, foi contratado, a recibos verdes, pela Câmara. O contrato de nove meses previa um pagamento de 46.478 euros.

Voltaria à CML em 2011, como diretor do departamento de política de solos e valorização patrimonial, tendo sido, entre 2014 e 2015, administrador não executivo da EMEL, e de 2020 a 2021 administrador não executivo da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU).

O nome de António Furtado ficou também ligado a Manuel Salgado e a investigações judiciárias.

Em setembro de 2021, o Correio da Manhã noticiou que António Furtado foi um dos nomes apanhados em escutas numa investigação da PJ ao projeto da Operação Integrada de Entrecampos, nos terrenos da antiga Feira Popular.

A investigação incidia sobre as relações entre Manuel Salgado — com quem trabalhou na SRU (António Furtado foi administrador não executivo de 2020 a 2021, altura em que Manuel Salgado era presidente).

Quanto a Fátima Madureira, a gestora nomeada para a Estamo, importa lembrar que foi rejeitada pela CRESAP para o cargo da AMA - Agência para a Modernização Administrativa por não ter qualificações e experiência para o cargo.

José Realinho de Matos é gestor de confiança do Partido Socialista uma vez que já exerceu vários cargos de administrador em empresas do sector empresarial do Estado.